Vanessa Boelter
Como tornar o ambiente de trabalho mais estimulante através da arquitetura
O ambiente de trabalho é o local onde as pessoas permanecem o maior número de horas do seu dia. Logicamente, deveríamos ter muita cautela na hora de projetar esses espaços, pois podem afetar diretamente a saúde física e psicológica dos usuários. Além disso, com uma área bem projetada, funcional e esteticamente agradável, você consegue aumentar sua produtividade e acelerar, assim, o desenvolvimento de tarefas. Grandes empresas de tecnologia, como a Google, investem em seus escritórios essa tendência de pensar nos funcionários e em seus ambientes de trabalho.

Um elemento muito importante para se levar em consideração é a iluminação! Para começar essa discussão, é fundamental saber como funciona o organismo humano.
O corpo humano tem hormônios que ajudam no funcionamento correto do organismo. Um deles é chamado de cortisol, o qual tem como uma de suas principais funções controlar os níveis de estresse (humor) e até os níveis de glicose no sangue. Os níveis de cortisol no sangue variam durante o dia, pois estão relacionados com a atividade diária e com a serotonina, que é um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e de bem-estar. . Esses agentes têm maior ocorrência pela manhã, diminuindo conforme a noite chega. O cortisol alto no sangue pode causar perda de massa muscular, aumento de peso e diminuição de testosterona. Já o cortisol baixo pode originar sintomas de depressão, cansaço ou fraqueza.
Nosso corpo também necessita de um bom regulador do ritmo circadiano. Esse "ritmo", também chamado de ciclo, é controlado pelo hormônio melatonina que, além de tantas funções, também regula nossa temperatura corporal. A produção de melatonina acontece especialmente no fim do dia, quando já não existem estímulos luminosos e o metabolismo está mais lento, o que faz com que a sua produção aconteça principalmente à noite. Por isso, na hora de dormir, é importante evitar a luminosidade, estímulos sonoros ou aromáticos que possam acelerar o metabolismo e diminuir a produção de melatonina.
Atualmente, muitas pessoas trabalham à noite com muita iluminação direta em seus olhos, ou de dia, permanecendo em locais mal iluminados. Os dois hábitos afetam diretamente o rendimento das nossas atividades, pois impactam na produção desses hormônios responsáveis por controlar essas funções do corpo, além de regular nosso nível de estresse. Ambos hormônios atuam se relacionando diretamente com a incidência de luz, assim como são fundamentais para o conforto e saúde do ser humano. Então, é lógico pensar no quanto o bom planejamento do projeto de iluminação no ambiente de trabalho pode influenciar no bem-estar do profissional.

Levando em conta esse ciclo, a intensidade, a cor e o direcionamento da luz são fatores que interferem em nosso cotidiano. Os fotorreceptores, por mais que estejam presentes em toda a retina do olho, são mais sensíveis próximo à região nasal. A iluminação artificial deve atingir estes pontos da mesma forma que a iluminação natural: de cima, durante o dia e de regiões baixas, durante a noite, permitindo essa estimulação circadiana.
Para mais, a prioridade sempre será obter luz natural, não só pela qualidade, mas também por questões de saúde, pois obter orientação temporal é uma necessidade biológica humana (pessoas que ficam sem essa orientação são mais propensas a desenvolverem transtornos depressivos). Sendo assim, espaços que não conseguem ter essa iluminação, buscam, como alternativa, o que chamamos de luz dinâmica. Essa luz busca imitar a luz natural, mudando de temperatura (tons quentes e frios) conforme as horas do dia passam e, também, pode ser usada como uma aliada à luz natural.
Ademais, o ofuscamento é algo que deve ser evitado, pois irrita e dificulta a visão. Dessa forma, a bancada de trabalho deve ser colocada, preferencialmente, de lado para uma janela e nunca de frente ou de costas. Da mesma forma, é preferível o uso de iluminação artificial indireta.

Outro elemento é a temperatura! Uma pessoa quando está em conforto térmico não necessita realizar o que chamamos de termorregulação: um “esforço” extra que o organismo faz para executar a manutenção da temperatura corporal. Esse gasto de energia pode ser evitado se o ambiente promover a temperatura adequada, utilizando elementos arquitetônicos como quebra-sóis, impedindo que grande parte do calor entre no ambiente, ou equipamentos de refrigeração. Assim, o usuário do espaço pode canalizar seu foco para as atividades que estará executando e fazê-las confortavelmente.
Por isso, também é muito importante uma pesquisa sobre o clima local, pois cada conforto térmico depende diretamente de como se comporta o calor no ambiente em cada estação.

Além do mais, manter o ambiente com uma leve corrente de ar contribui para a oxigenação, melhorando o raciocínio. Integrante a este assunto, a ergonomia é fundamental em um ambiente de trabalho. Caso você esteja em um local desconfortável, poderá se prejudicar fisicamente, além de proporcionar um maior estresse mental. Logo, é muito necessário pensar em mobiliários adequados e medidas confortáveis para a circulação de pessoas.

Ademais, as cores utilizadas podem inferir sensações. Caso o objetivo seja um local mais descontraído e que estimule mais a mente, o ideal é a utilização de cores quentes (amarelo, vermelho, laranja…). Em contrapartida, utilizar cores frias (azul, verde, cinza) proporciona serenidade e fluidez ao local. Um ponto a ser bem observado é a utilização da cor branca, pois quando utilizada em excesso pode vir a tornar o ambiente um tanto claustrofóbico e cansativo, principalmente se o local for bem iluminado e com iluminação fria, pois é uma cor capaz de refletir e amplificar a luz.


E, por último, a vegetação no ambiente estimula a criatividade e traz também uma certa tranquilidade. Considerando que os centros urbanos têm como cores predominantes o cinza e o concreto e, chegar em um ambiente que remete a natureza para as nossas vidas, contribui muito positivamente para a nossa saúde. Todavia, é importante manter as plantas longe dos equipamentos de ar-condicionado e dar preferência a espécies de pouca manutenção e folhagem perene, cujas folhas demoram para ressecar. Exemplos: Lança de São Jorge, Licuaia, Chamaedorea, Peperomia, Suculentas, entre outras.

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